sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Timeless – O Clássico que virou Rima...

Por: DJ TR


Vivendo em um momento da história, onde a música rompeu as últimas barreiras do preconceito fundindo gêneros antes inimagináveis pela crítica do meio, a cada dia que passa, novas experiências são divulgadas comprovando que o Rap era o tempero que faltava para dar um toque especial ao rico e variado cardápio da arte...
J. Dilla e Suite For Ma Dukes orchestra (ao fundo)
Imagine então a “alta cultura” abrindo suas portas para as manifestações, outrora tidas como periféricas e rotuladas como apologéticas ao crime e as drogas... Deste modo, o que aconteceria se misturássemos Música Clássica com Hip-Hop...?! Devo afirmar nesse caso que essa não é uma experiência tão nova, já que o rapper norte-americano Coolio estreou em 1995 com grande estilo na noite de premiação da Billboard Year-End Chart-Toppers, acompanhado de uma orquestra de violinos, coral gospel e a participação especial de ninguém mais que Mr. Stevie Wonder, para a interpretação do clássico “Gangsta Paradise”, remake Pastime Paradise”, outro clássico de Wonder de 1976. Em 1º de maio de 2006, o rapper paulistano Afro X se apresentou em Campinas com a Orquestra Sinfônica da cidade em homenagem ao Dia do Trabalhador, em um momento memorável.

Mesmo não sendo mais um fato que poderíamos descrever como inédito, sempre que a Música Clássica se encontra com o Rap na mesma esquina, um momento clássico está prestes a acontecer..., como foi o caso do arranjador, compositor e maestro, nascido em Los Angeles, Miguel Atwood-Ferguson, que, ousadamente bancou a ideia de realizar o Suite For Ma Dukes”, conduzindo uma orquestra inteira em homenagem ao célebre produtor de hip-hop J. Dilla”, falecido em 10 de fevereiro de 2006, em decorrência de um ataque cardíaco, ocasionado por uma rara doença conhecida como púrpura trombocitopênica trombótica”, diga-se de passagem, três dias após ter completado 32 anos de vida.

Registrado em 2011 pelo projeto “Timeless”, série de três documentários dirigidos pelo fotógrafo irlandês Brian Cross, o “B+”, que traz shows marcantes da gravadora Mochilla, sobre três artistas essenciais para a história do Hip-Hop sobre o produtor e rapper norte-americano J. Dilla, o multi-instrumentalista etíope Mulatu Astatke e o brasileiro Arthur Verocai, um destes faz uma homenagem póstuma a Dilla, com o clássico de Stakes Is High do grupo de Rap “De La Soul”, interpretado por seu líder “Posdnous” com a participação inusitada de “Talib Kweli”, tendo à contenção de um time pesado formado por Common, Ma Dukes, Bilal, Dwele, Amp...

 

Exibido no antigo Espaço Unibanco de São Paulo em fevereiro de 2011, Timeless contou no seu último dia de sala com o show do DJ-produtor californiano “J.Rocc”, que fez um live mix dentro do cinema, editando e projetando vídeo e áudio dos três filmes simultaneamente... Vale agora conferir uma generosa fatia do Tributo a Dilla...


terça-feira, 22 de outubro de 2013

O multimedia R.A. The Rugged Man lança Legends Never Die…

Por: DJ TR


Richard Andrew Thorburn, mais popular pelo nome artístico “R.A. The Rugged Man” e também atendido pelo nome “Crustified Dibbs”, é um rapper de Suffolk County, Long Island, Nova York, que lançou recentemente “Legends Never Die” (Lendas Nunca Morrem), quarto álbum e o segundo comercializado em sua carreira...

Sua história no rap se inicia aos 12 anos de idade, quando R.A. passou a demonstrar em sua vizinhança suas habilidades líricas... Trafegando na contramão do que convencionalmente se conhece em relação ao perfil de um rapper, R.A. traz em seu estilo crítico o bom humor para tratar de assuntos polêmicos de seu país, relembrando artistas como Beastie Boys. Uma prova real de seu comportamento, considerado infame e inadequado, foi quando o rapper assinou aos 18 anos de idade seu primeiro grande contrato com a Jive Records, que lhe propôs um trabalho mais pop, prontamente negado por ele, fato que resultou no congelamento de Night of the Bloody Apes” em 1994. 

Em meados da década de 1990, R.A. assina com Priority Records / EMI, migrando seu contrato posteriormente pela Capitol Records. Mesmo assim, R.A. optou por produzir seus trabalhos de forma independente no início de 2000. 

Seu currículo se estende em participações inusitadas ao lado de nomes como Notorious BIG, Mobb Deep, Chuck D, Jedi Mind Tricks, Tech N9ne, Hopsin, Talib Kweli, Masta Ace, Kool G Rap, Wu-Tang Clan, Rakim, Killah Priest, e a trackmasters como Erick Sermon, DJ Quik, Buckwild,  Alchemist e Ayatollah. Convidado pela Rawkus Records, R.A. se destacou nos três volumes da compilação “Soundbombing”, assim como o disco de platina “WWF Aggression”, coletânea de rap lançado pela World Wrestling Federation em 2000 para simbolizar a trilha sonora dos lutadores, contando com a faixa “Break the Walls Down”, onde R.A. participa ao lado do lutador, músico, apresentador de televisão, escritor e atorChris Jericho”. No volume 1 da Revista Ego Trip, Notorious BIG admitiu acerca de R.A.: Eu pensei que eu era o Insano...”. Outra curiosidade interessante é a sua grande aproximação com o Wu-Tang Clan, sendo visto como um de seus associados.

Em 2004, ele lançou seu primeiro álbum Die, Rugged Man, Die  (Morre, Rugged Man, Morre) no Brooklyn, pelo selo rótulo Nature Sounds. Em 2006 a renomada revista “The Source” publicou a matéria Uncommon Valor: A Vietnam Story (Bravura incomum: Uma História do Vietnã), onde R.A. participa apresentando um pouco da história de seu pai como ex-combatente da Guerra do Vietnã.  O site Hip-HopDX.com o nomeou como “Rimador do Ano”.  O site AllHipHop.com o citou como um rapper que sempre tocará na ferida com letras sobre seu pai como uma das muitas vítimas da Guerra do Vietnã. A revista Rolling Stone recentemente fez uma analogia dele com BIG batizando-o de Biggie Smalls de Olhos Azuis”.


Além de rapper, R.A. escreveu uma coluna mensal de cinema para a revista Mass Appeal, colaborou para o book list de rap da publicação especial Ego Trip Book of Lists Rap e Big Book of Racism Ego Trip (HarperCollins), e tem escrito inúmeros artigos para outras revistas como Vibe , Rei , Complex , Rides, XXL  e The Source. Escreveu três roteiros de filmes cult para o diretor Frank Henenlotter e é roteirista e produtor de um novo filme de Henenlotter, “Bad Biology” .  O filme tem uma trilha sonora original por Josh Glazer (J. Glaze), com produção adicional por Prince Paul , e participações especiais da modelo da Playboy Jelena Jensen e da modelo da Penthouse Pet Krista Ayne . Outra grande novidade é sobre uma produção cinematográfica que o rapper está trabalhando baseado na história de sua família: “God Take, God Give” (Deus Dá,  Deus Tira).


Em “Legends Never Die”, o quarto álbum (o segundo comercializado) de R.A. The Rugged Man, isto nove anos após o lançamento de “Die, Rugged Man, Die”, R.A. trabalha em sua voz um flow mais rijo, trazendo neste projeto as participações memoráveis de Masta Ace, Talib Kweli, Vinnie Paz, Brother Ali e Sadat X e ainda beats de Marco Polo, Apathy, Ayatollah e Buckwild. Destaque para a faixa  “Learn Truth” com a participação de  “Mr. Kweli”...


Despertando um Movimento em Transformação...

Por: DJ TR



Lançado em 2007 por meio da série literária “Tramas Urbanas”, idealizado pela escritora, editora e crítica literária “Heloisa Buarque de Hollanda” e, sob a curadoria do pesquisador de Hip-Hop e outros movimentos da periferia e um dos criadores do Centro Cultural Afro Reggae – “Écio Salles”, o Livro “Acorda Hip-Hop”, de minha autoria (DJ TR), parece ter chegado ao seu quase esgotamento nas prateleiras das livrarias… Um bom sinal!!!
Argumentativo em seu teor, o livro aborda a história do Hip-Hop como ativismo político no Brasil, antecipando-se em uma minuciosa ilustração de seu nascimento nos guetos de Nova York, nos anos 70, e como de lá conquistou o mundo. Os caminhos e o panorama do Hip-Hop no Brasil e sua importância na politização e conscientização dos jovens da periferia, contrapondo-se às produções artísticas convencionais de sua época, são temas que elucidam o leitor sobre o que vem a ser genuinamente esta Cultura.
Acorda Hip-Hop! chama a atenção também para as propostas e consequências das práticas do Hip-Hop nas favelas brasileiras, assunto que requer a reflexão de todos, principalmente daqueles que militam e pretendem viver de Hip-Hop profissionalmente.
Participam da obra personalidades como “Mano Brown (líder dos Racionais MCs),  DJ Marcelinho (ex-Câmbio Negro),  Mara (rapper e militante), DJ Johnny (ex-DJ de MT Bronx e editor do site Real Hip-hop), Clodoaldo Arruda (ONG Geledés),  Elza Cohen (promotora de eventos underground), DJ Juan, RDO (rapper, militante e dono da grife Cresposim), Rooney Yo-Yo (fundador do extinto Sindicato Negro, dono da grife Pixa-In e promotor de eventos para b. boys), Só Calcinha (grafiteira e militante), Nelboy (rapper angolano e militante), DJ Deco (ex-Jigaboo e produtor), Magno C-4 (rapper e b. boy),  Bad (grafiteiro e b. boy), Nino Brown (soulman e líder da Zulu Nation Brasil), Bonga (grafiteiro e militante), Suave (rapper), Big Richard (rapper, escritor, ator e apresentador) e Gabriel O Pensador (rapper, escritor e apresentador)”.
Como mesmo está escrito em sua introdução – este livro está longe de ser a Bíblia da Cultura Hip-Hop –, o Acorda Hip-Hop!, é apenas uma pequena bússola que norteará o leitor a compreender um pouco sobre o que vem a ser o Movimento Cultural Hip-Hop e como ele se projeta na sociedade atual como importante expressão de influências positivas para essa geração...

Paz e Respeito a todos!


domingo, 20 de outubro de 2013

A Tribe Called Quest se despede dos palcos...

Por: DJ TR.

“A Tribe Called Quest”,  creditados como os pioneiros do Rap Alternativo, se despedirá de seus fãs e colegas, logo após os concertos agendados com Kanye West, para quem vão abrir os espetáculos no Barclays Center, no Brooklyn, em Nova York, no dia 20 de novembro, e no Madison Square Garden, em Manhattan, também em Nova York, no dia 24...

Da esquerda para a direita: Phife Dwag, Q-Tip e o DJ-rapper Ali Shaheed Muhammad

A notícia impactante veio por através do Twitter, onde “Q-Tip”, líder do coletivo de rappers, revelou, ontem, que as atuações com Kanye West seriam as últimas e segundo o próprio Tip, Nova York seria o ponto final, já que os A Tribe haviam iniciado sua carreira lá. Em agosto, seu último show na Califórnia e pelo que se pode entender, eles estão visitando as principais cidades do país para respeitosamente se despedirem dos fãs.  

Formado em 1988, o A Tribe Called Quest tornou-se um dos mais importantes no mundo do Hip-Hop, com os clássicos Can I Kick It?, Scenario, Award Tour, Check The Rhyme, Bonita Applebum,  Electric Relaxation, The Low End Theory e Midnight Marauders.


Cabe destacar que o grupo também se separou em 1998, após ter completado 10 anos de existência, porém, conseguiu se reunir por diversas vezes desde então, sendo a primeira delas em 2006, quando realizaram uma turnês pelos EUA  – fato que deixa seus fãs esperançosos de que este anúncio não seja, uma vez mais, definitivo...